Tem coragem para cortar o pescoço a uma galinha e extrair-lhe todo o sangue que lhe percorre as veias até ficar exangue? (Bolas, parece coisa de Halloween!) Tem estômago para assistir ao processo de coagulação do sangue enquanto não é cozinhado? (Só se fosse em ambiente de laboratório, à laia de experiência científica, verdade? Até porque desconhecemos o entendimento da ASAE sobre esta questão.) Também pensamos ou queremos acreditar que não, pelo que esta é aquilo a que chamamos uma receita disruptiva, na medida em que quebra todos os cânones culinários da tradição que lhe deu origem. Porque receita original exige o seu quê de coragem e hoje estamos um pouco cobardes, mas porque cada vez mais adoramos animais de capoeira e não de desumanos aviários, reinventamos um clássico da cozinha portuguesa e sugerimos-lhe algo completamente novo. Assim, no lugar da galinha utilize a fonte de proteína de que mais gosta – sugerimos feijão para os vegetarianos e vegans – e no lugar do sangue a nossa receita coloca o histriónico ketchup. Que tal? Não prescindimos, todavia, de manter o arroz. Vamos, então, por partes, que não há nada melhor. Primeiro, faça um refogado breve, com azeite, já se vê – virgem ou não fica ao seu critério –, alho, cebola e picante, para os mais arrojados. Adicione-lhe o arroz e deixe cozer a seu gosto. Some-lhe a fonte de proteína, alguns legumes, mais uma vez a gosto, que isto tem de agradar-lhe a si, e, quase no final, regue com ketchup. Hum, parece bom, verdade?

Ingredientes:

– Fonte de proteína à escolha

– Arroz em quantidade proporcional

– Azeite (qualquer tipo de pureza é aceitável)

– Alhos

– Cebolas

– Picante

– Ketchup a gosto

Tempo de preparação:

Não gostamos de nos comprometer, a fim de não stressar os cozinheiros, mas isto é coisa para não durar muito mais do que o tempo de cozedura do arroz, em lume brando. Dependendo da publicidade, diria que o intervalo de uma telenovela em horário nobre.

Ilustração Andrea Ebert

 

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