Já percebeu que vai precisar de bacalhau e de um Romeu. Se o primeiro é de fácil apanha, já o segundo, é uma raridade nos dias que correm, e eles correm de facto. Julgo que o único Romeu que conheço é o shakesperiano amor de Julieta. Porém, Julietas ainda se vão encontrando, aqui e ali, mais ali do que aqui, mas sempre se encontram. A receita, porém, tinha logo de ser à Romeu. É que se não conhece um Romeu que seja, nem vale a pena avançar com o receituário. Ou avançamos para um dia de sorte aos Romeus? O melhor é avançar com o plano B da receita. Isso. Assim, leve o bacalhau, ainda seco ou demolhado para Roma. Certifique-se de que vai bem isolado num recipiente fechado, para não deitar cheiro na mala, capaz de empestar toda a sua roupa para a viagem, e também para não passar a vergonha de algum cão de aeroporto insistir em que se tem de abrir a sua mala. O vexame que teria de passar numa qualquer alfândega, não se paga com receita alguma do planeta. Posto isto, uma vez em Roma, julgamos que será mais fácil encontrar um Romeu, ou, na impossibilidade de encontrar um Romeu que lhe agrade, talvez se fizer o bacalhau à Romano, consiga ludibriar a receita e o prato acabar por sair bem, de qualquer forma. Vale a pena arriscar, não lhe parece?

Ingredientes:

– 1 Romeu ou, em alternativa, um romano

– Passagem para Roma, recomenda-se voo direto

– Bacalhau (que deve ser levado de Portugal. Em nenhum outro país o bacalhau é salgado, seco e tratado como cá)

– Muita sorte, obviamente

Tempo de preparação:

No mínimo, dos mínimos, uma semana. Esperemos que valha muito a pena e que faça uma ótima viagem.

Partilhar