Não se apoquente já com a questão linguística, pois dizem que o semifrio, antes de arrefecer demasiado é como o cimento ou a massa cinzenta das crianças: absorve tudo com enorme facilidade. Umas horas de cinema chinês (existe, não existe? Deve existir), ou uma manhã na Mega China (de onde pode aproveitar para trazer um lindo serviço de pratos com andorinhas cor-de-rosa para servir esta maravilhosa sobremesa) e já salvou a parte do Mandarim. Bem mais complexo é obter o semifrio, já que é um bolo que tem de ir ao frio quando ainda está quente e ser de lá retirado quando ainda não está completamente frio. É mesmo uma frescura! O semifrio está para as sobremesas como os indecisos para os humanos. É como aquele género de pessoas que faz muita questão de ir para a praia, sendo capaz de armar uma birra brutal se contrariada, mas que, a meio do caminho, afinal, já não está tão disposta assim e vai avisando que se acabarem mesmo na praia não está para se encher de água, calor ou, ipor ainda, de areia. Por isso, tenho para mim que não há coisa melhor do que um bom gelado. Estes são os surfistas das sobremesas, se é para ir, já lá estamos, molhados até ao tutano e a divertirmo-nos em grande e sem chinesices. Para a próxima confecionados um semiquente.

Ingredientes:

– Acima de tudo, muita paciência

– Uma boa loja de chineses faladores, por causa daquela parte do mandarim

Tempo de preparação:

Demora, como é fácil de perceber. Pode até bulir com os nervos.

 

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