Aqui está o inesperado casamento de parceiros díspares, que culmina num par perfeito. Por um lado, a cândida e doce batata, aqui, no seu estado amargo, o que já lhe dá aquele twist. Do outro, a atrevida e acutilante paprika. Da união destas duas resulta um equilibrado e exótico sabor, a lembrar paisagens asiáticas e com notas de fundo de remotos aromas. Julgamos mesmo que, com base nestas duas, até um belo perfume se conseguiria obter, mas deixemos essa dica para os experts da perfumaria, para os delicados nez do ofício, para os perfumistas de profissão, que nós, por aqui, já temos bastante com que nos ocupar.

Faça o creme de batata-doce amarga e adicione-lhe paprika, como quem adiciona uma pitada de noz-moscada ao puré de batata não doce, aquela banal de todos os dias. Este creme, quase uma sobremesa, pode acompanhar aquilo que entender, pode ser usado nas mãos ou qualquer outra zona da pele, uma vez que é um creme, e pode mesmo, com base neste preparado, aventurar-se no apuramento de uma qualquer fragrância. Se correr mal, que mal virá ao mundo? Nenhum. Que maravilha de receituário!

Ingredientes:

– Batata-doce, preferencialmente doce, no seu estado amargo

– Paprika, preferencialmente húngara

– Um nariz, preferencialmente apurado

Tempo de preparação:

Muito pouco, se tiver um robô de cozinha. Um pouco mais se tiver varinha mágica. Mais ainda se tiver apenas a ajuda de um passe-vite (nem sempre tão vite assim, que os franceses tendem para o exagero). Uma eternidade de canseiras se usar um mero garfo. Fazer uma média, não seria nem justo, nem acurado, nem preciso, daí que não a façamos.

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