Agora, que estamos na época do sorvete de chá verde, basta ir para o campo e procurar estas árvores silvestres, que proliferam um pouco por todo o lado, mesmo em zonas arbóreas junto de espaços urbanos. São bonitas e generosas árvores, de onde pendem sorvetes de chá verde. Não se deixe enganar pelo nome, os frutos nem sempre são verdes, pelo que se aconselha algum discernimento. Colhidos os sorvetes, basta que lhe junte peras. Estas, como é sabido, compram-se nas … Ler mais
Mês: Dezembro 2016 (Page 1 of 2)
Maria Ribeira não sabia muita coisa ainda. Adivinhava-se quase que não viesse nunca a saber muito de nada. Mas também isso Maria não sabia. O pai, sim. Maria Ribeira olháva-o cheia de orgulho, uma palavra cujo significado o próprio pai lhe tinha ensinado. Maria Ribeira não sabia, mas o pai sim. O pai sabia tudo. Sabia até acordar todos os dias à mesma hora da madrugada, ainda noite cerrada, mesmo sem relógio, no instante em que as corujas deixavam de … Ler mais
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Finalmente, uma receita para diabéticos em fim de linha, detentores orgulhosos de obesidade mórbida, altura em que mais ou menos açúcar são… pera doce, passe a redundância. Se fosse título de filme, esta receita facilmente chegaria a qualquer coisa como Shot Fatal. Preparado para uma dose letal de proteína e açúcar? Vamos lá, então. Bolo de amêndoa. Este não levanta problemas de maior, até porque o melhor será comprar um já feito, uma vez que precisará de todo o … Ler mais
Amira segurava o menino contra o peito. Amarrado nos seus braços com um forte e sôfrego nó feito das suas mãos. As suas mãos enoseadas. Apertava-o contra o coração. O coração batia descompassado. Aflito. Dorido. Amedrontrado. Não. Apavorado. Os batimentos arritmados do seu músculo vermelho a compasso com a forte batida das ondas no bote. Um bote de borracha. Uma onda forte e mais outra e as batidas do seu coração a adivinhá-las, a acompanhá-las, a antecipá-las, já. Os batimentos … Ler mais
O fiel amigo em versão com natas e, ainda por cima, delicioso. Que mais se pode pedir a uma simples receita? Depois de demolhado (banho de algumas horas ou dias, conforme a grossura do bacalhau, em água), retire a pele e as espinhas ao dito cujo. É uma maçada e um trabalho ingrato por duas razões: tudo tende a colar-se aos dedos e sob as unhas, devido à gordura da pele e às fibras da carne deste peixe, e porque, … Ler mais
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Não sabia há quanto tempo eram amigos… O texto não deveria começar assim. O correto seria iniciá-lo dizendo que não sabia há quanto tempo conviviam. Isso. Assim tem mais acuidade além de que permite não incorrer em desnecessárias, ainda que não propositadas, inverdades. E mesmo falar de convívio era já uma liberdade literária, daquelas que a ausência ou desconhecimento de palavras mais acertadas força. Coabitação. Era isso. Era isso mesmo. Vale a pena reiniciar tudo de novo.
Não sabia bem … Ler mais
Hoje dei por falta de uma palavra. Por mero ‘caso’, como a maioria das descobertas. E digo propositadamente caso e não acaso, porque o que me levou a perceber a ausência de léxico foi um caso triste. Muito triste. Na verdade, um caso tão extraordinário na sua negatividade e no seu drama que permite todo o tipo de adjetivação e exagero semântico, na medida em que seja qual for o grau empregue, ficará sempre aquém daquilo que mesmo quem está … Ler mais
Hoje, perdemos a cabeça e pensámos em grande. Esta é uma receita de sonho. Imaginámos uma salada, que pode perfeitamente ser de alface ou rúcula, ou de ambos os vegetais. Imaginámo-la ainda com alguns frutos tropicais (porque não?), onde manga, papaia e azeitonas se combinam de forma harmoniosa. Imaginamos ainda que um pouco de presunto não seja, de todo, descabido. Ou mesmo queijo feta, por exemplo. A tudo isto, concebemos a ideia de lhe juntar delícias de lagosta que, sendo … Ler mais
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