Albardar um animal, qualquer animal, é, em nosso entender, uma violência, uma crueldade sem igual. Esta mania de fazer dos animais bestas de carga é demasiado dois séculos passados para ainda fazer sentido numa era tecnológica, de robotização e inteligência artificial. Conceber tal cenário, num bacalhau, então, é até inimaginável. O que transportaria o pobre bacalhau nos seus minúsculos alforges? As ovas? Hummm, não seria mal visto, caso fizesse sentido, como não faz, voltamos ao princípio do absurdo e da nossa indignação. E como prender os alforges num corpo escorregadio e escamento? Não adianta. Não entremos por aí.

Vamos, por isso, esquecer esse conceito e albardemos uma receita complexa, cheia de ingredientes, procedimentos e passos distintos, para que se esqueçam de massacrar o pobre bacalhau.

Tem de fazer uma espécie de papa com farinha, amido fermento e cerveja. Aproveite para provar a cerveja e conferir se é de qualidade. A farinha, não é necesário, que as farinhas são de fiar, e de tecer também (hoje, estamos de todo. Não apanhou? Não faz mal, volte para a degustação da cerveja).

Num tacho, avance com uma cebolada com coentros sobre a qual deitará o arroz, o qual deverá perfumará com vinho. Verifique igualmente se o vinho é de boa qualidade. Dois copos devem bastar para o efeito e a receita só tem a ganhar. O arroz deve estar bom, Não se entusiasme que ainda falta o tomate e a polpa do mesmo e ainda tem pela frente a fritura do peixe, envolto naquelas farinhas bêbedas iniciais, as da cerveja, recorda-se? Pois, ficou lá tão para trás!

Abreviando, todo este albardoamento mais não é do que um prato de bacalhau panado com arroz de tomate e para tal quase nem havia necessidade de receita, mas como somos rigorosos, ela aqui ficou, toda muito bem esclarecida. Passo a passo, como fazemos gala, ainda que muita vezes dê galo (ahahaha. Hoje ninguém nos para!!!).

Ingredientes:

– Bacalhau

– Farinhas várias

– Cerveja do melhor que encontrar para o polme

-Vinho do melhor que encontrar, para o arroz e a recriação, que isto de recriar receitas é es-go-tan-te!

– O necessário para um bom arroz de tomate

Tempo de preparação:

Como nos recusamos a fazer fritos cá em casa, o nosso bacalhau foi cozido com grão, pelo que não vamos mentir sobre o assunto. A verdade é que não sabemos quanto pode demorar a versão exata da receita. Mais ainda, quando envolve degustação de bebibas e toda aquela farinha. Honestidade acima de tudo! Não vamos levedar sobre o assunto, que ainda azeda.

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