Esta é daquelas primeiras receitas que, desde crianças – caso se tenha uma mãe prendada, ou nem por isso, e dedicada –, se aprende a fazer. Parece mesmo fácil de fazer, mas claro que, tal como tudo o resto que aparenta facilidades, também tem os seus truques e segredos.
Truques:
– Use apenas bolachas de formato geométrico, para conseguir encaixar as bolachas e ir montando um bolo por camadas, sejam elas circulares, quadradas ou retangulares sem desnecessárias irregularidades. Ou seja, bolachas caseiras, meio tortas, ainda que saborosas, não é o caminho a seguir. Mas claro que tudo é possível.
– O café, para ir embebendo as bolachas, antes de as empilhar, pode ser bem forte, para quando estiver a querer ver um filme até ao fim, mas já sem força para erguer as pálpebras, poder ir trincar uma fatia deste bolo, ao invés de ter de ir preparar um chá preto ou café bem fortes. É mais prático e delicioso nem precisa de adicional açúcar, uma vez que já está carregadinho..
– Seja criativo a montar o bolo. Bolachas redondas permitem divertidas flores, enquanto as quadradas ou retangulares facilitam a recriação do jogo Tetris ou de um parque de estacionamento.
Segredos:
– Não os podemos revelar sob pena de deixarem de o ser. Além de que não somos de ouvir aqui e ir contar ali. Compreenderão os constrangimentos morais desta questão sensível, espero. Desvendamos, todavia, o mais óbvio de todos. Ainda que se chame de bolacha, no singular, o bolo não se faz sem bolachas, no plural. Atente neste facto, por favor, sob pena de poder inviabilizar todo o projeto se apenas lhe restar uma bolacha no pacote e, ainda assim, achar que pode avançar para um belo de um bolo de bolacha.
Ingredientes:
– Bolachas, no plural
– Manteiga, cimento-cola de toda a edificação boleira, que serve de cola ou cimento entre camadas e para barrar toda a estrutura, no final.
– Café, onde deve embeber levemente as bolachas, antes de as ir colocando no prato. Pode ter ‘cheirinho’, de preferência a grãos de café, mas cada um é como cada qual.
– Batedor, caso tenha de moer tudo, se o bolo ficar feio ou estranho, ou desagradável à vista. Tudo junto, dará uma nova sobremesa e nem sequer quer dizer que não seja saborosa ou de bolacha. Pode dar-lhe outro nome, do tipo ‘Wanna-Be-Bolo-de-Bolacha-Mas-Não-Consegui- Mais-Do-Que-Isto’.
Tempo de preparação:
Depende muito dos seus dotes de trolha, para ir erigindo a estrutura do bolo. Ter de embeber cada unidade em café, juntá-la às restantes, barrar cada camada e todo o bolo, depois de pronto, também é moroso. Tudo se complica, se adicionar o referido ‘cheirinho’ e este não for a grãos de café.
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