Vamos ter de esquecer esta receita, já que se impõe um manifesto contra a crassa incongruência semântica do nome da própria. É simples: a beterraba também é um legume, pelo que o mesmo seria dizer creme de legumes com legume e isso era só pateta pela desnecessária redundância.
Poderíamos aceitar um creme de legumes com tomate ou courgette, por exemplo, pois tomate e courgette são frutos e não legumes, mas creme de legumes com beterraba? O que pensaríamos sobre uma sandes de enchidos com chouriço?
Temos de prestar muita atenção às palavras, pois só através delas nos podemos expressar, mais ainda por escrito, em que nem dá para gesticular ou fazer trejeitos faciais. É que, nada pior do que um português atabalhoado para nos tirar o apetite.
Além disso, creme de legumes é quanto baste. Todos ao molho, todos triturados e já está. Para quê encanitarem-nos o juízo, que é de todos, e a sopa, que também o deveria ser, triturando a língua numa bimby de ignorância?
Estou muito maldisposta com tudo isto.
Hoje comemos fora, pode ser?
Não podendo, vamos então ‘estudar’ o assunto, para evitar indigestões.
Ingredientes:
– Um bom curso de português (até já aceitamos um razoável, por conta da crise e isso tudo)
– Acesso à internet para, sempre que necessitem de criar um títuolo de receita, possam investofar os antecedentes dos ingredientes
Tempo de preparação:
– Era bom que fosse breve! Muito breve.
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