Concebida originalmente como plano para trazer Françoise Hardy até à Invicta e, uma vez aí, convencê-la a servir ao balcão num requintadíssimo estabelecimento de sandochas, mesmo sem prática ou vontade – apenas como chamariz de clientela –, a receita nasceria, afinal e precisamente, do fracasso desse engenhoso e ardiloso plano. À falta da dita cuja francesa, mas sem se sentir derrotado pela falta do seu principal ingrediente, o artista dos tachos decidiu, ainda assim, magicar uma associação de ingredientes a tal ponto deliciosa que esta acabaria por vingar no mundo das sandes no prato. Dá pelo irónico nome de Francesinha (toma lá Hardy), e leva um pouco de tudo aquilo que é suscetível de engordar numa sanduíche, desde queijo, fiambre, ovo estrelado, molho pecaminoso, alguns segredos, muito picante, pão com fartura e outras coisas afins. Apesar do atrevimento, as relações diplomáticas entre Portugal e França nunca se ressentiram de tal facto, o que apenas beneficia a artimanha culinária do povo nortenho que, orgulhosamente, lá vai comendo francesinhas a torto e a direito. Um grande bem-haja para todos eles e para os outros também.
Ingredientes:
– Uma francesinha de origem comprovada ou, então, uma sandocha deliciosa com tudo aquilo que tiver à mão.
Tempo de preparação:
Sabe que mais, não se meta nisso. O maior prazer desta receita é ser apreciada entre os seus criadores. Vá ao Porto, ou a Vila Nova de Gaia, de frente para a Ribeira, e delicie-se por lá. Não há melhor. Quer dizer, até há, mas fica mais caro.
Cheguei aqui por indicação de um amigo e adorei. Parabéns pelo blog! 😉
Muito obrigada, Marta!