Aqui está a tão aguardada utilização culinária para esse portento das televendas que é o Espargo do Lugar. Não apregoe por aí que apenas tinha ouvido falar no cogumelo do tempo, que vão achar que parou lá atrás no tempo. Apesar do frisson em torno do Cogumelo do Tempo, há milénios que se conhecem as proverbiais e psicotrópicas alucinações cogumélicas. Já o Espargo do Lugar é the next big thing que aqui lhe apresentamos. De que serve um tempo se não tivermos um lugar? De que serve chegar a horas se não tiver onde chegar pontualmente? Sem sítio para pousar os pés, bem que podemos existir que nunca chegaremos a ser. Entende as complexas condicionantes filosóficas do pressuposto? Pois bem, agora, desde este lugar confortável e aprazível, e para todo o mundo em simultâneo e em streaming, deixamos-lhe tudo prontinho e embrulhado em ovos. Não é fantástico? Todas as vantagens alucinogénias das televendas, mais uma novidade terrena, que mais parece vinda de Marte e tudo trabalhado com a simplicidade unicelular do ovo, esse grande mistério universal, que nos chega tão pura e singelamente do aparelho reprodutor da galinha. Resumo da matéria: tudo tem o seu tempo, até o cogumelo, e tudo precisa de um lugar, inclusive o espargo. O ovo é um delicioso extra para tornar a experiência mais familiar e confortável.

Ingredientes:

– Um tempo. Sim, tire um tempo para se dedicar ao cogumelo

– Um lugar. Isso, arranje espaço na sua vida para o espargo

– Um cogumelo. Cuidado com os marotos

– Um espargo. Cuidado com os selvagens

– Ovos. À discrição, claro!

Tempo de preparação:

Estávamos tão absorvidos no tempo do cogumelo e tão perdidos no espaço do espargo que nem vimos que horas eram, nem sabíamos a quantas andávamos. Nem sequer nos lembrámos dos ovos. Aconselhamos a que faça a experiência com um pouco menos de entrega do que nós.

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