Após uma semana de detox, inicialmente programado para terminar apenas na próxima Páscoa, damos por terminada toda aquela patetice de dieta brutalmente líquida. Been there, done that. Move on. Posto isto, avancemos para as gordurinhas, que a vida são dois dias e só estamos para aqui a perder tempo.

A proposta de hoje é um real clássico da gastronomia e do saber reciclar, além de que, é sabido, o que é tradicional é bom e incrível! É até divertido e geométrico. Pastéis de bacalhau não são mais do que ovais de uma deliciosa e macia massa feita de farinha, ovos, bacalhau desfiado cebola e salsa, bem temperada com sal e pimenta do reino, ou apenas do hiper. Toda ela bem amassada com as mãos, como numa qualquer olaria, e esculpida com a ajuda de colheres de sopa, daí a sua forma (im)perfeita, em pequenas e ovalizadas porções. Estas são depois mergulhadas numa funda caçarola cheia de óleo bem quente (abençoada gordura). A fritura está completa quando estes pastéis estiverem louros. Pode até ter mais apreço pelo tom moreno, mas, neste caso excecionalmente, ou não, vá pelo louro. Há quem opte pelo loiro, mas por aqui, nesta receita específica, o correto é o louro, sem raízes à mostra, já agora, se não for pedir demasiado. É importante, também, que utiliza óleo novo, claro, e bem quente e que este seja depois reciclado em contentores próprios para o efeito. Hoje, estamos particularmente ecológicos. Não se repetirá.

Ingredientes:

– Bacalhau

– Óleo

– Salsa

– Cebola

– Alho

– Farinha

– Ovos

– Caçarola

– Sal

– Pimenta do reino ou arredores

– Luvas até ao cotovelo, por causa dos salpicos do óleo fervente

– Espírito reciclador

– O tom certo de louro, sem raízes à mostra

Tempo de preparação:

Esta é daquelas receitas que resulta de amor e disponibilidade. Deixe que seja o pastel de bacalhau a encontrar o seu próprio tempo, ok?

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