Helena Gregório Góis tinha jurado a si própria que jamais, jamais mes-mo, voltaria aos sites de encontros, aos blind dates, aos arranjinhos casamenteiros da mãe, tias e amigas, aos encontros forçados com ‘rapazes muito jeitosos, honestos e trabalhadores’. De resto, nunca se sentira atraída por jeitosos, honestos e trabalhadores. Os primeiros eram demasiado vaidosos. Os segundos, demasiado maçadores e os últimos demasiado desinteressantes. Os primeiros raramente a olhavam como merecedora do seu charme, aos segundos faltava criatividade e aventura e os últimos careciam de uma vida que merecesse essa designação, embrenhados que estavam a esbracejar na teia da sua aborrecida rotinazinha. Claro que os outros, os aventureiros, os giros, atléticos e sedutores não olhavam para si, ou, quando o faziam, parecia sempre por piedade ou curiosidade científica. Helena queria apenas deixar tudo isso para trás. Estava saturada da humilhação de se apresentar, frente a frente com um homem, deixando claro que estava no mercado, que tinha o livro de cheques em riste, caso algo lhe agradasse e que também ela estava disponível para eventuais investidas. Claro que todos estamos, a todo o momento no mercado. Disponíveis. Todos somos presas mais ou menos fáceis, produtos numa qualquer prateleira da vida, mesmo aqueles que se julgam imunes às oscilações de mercado, às cotações da bolsa de afetos. Quem entra num local, público ou outro, sem olhar toda a ‘fauna’ em seu redor? Sem avaliar se o seu par o colocará num lugar cimeiro ou, se sozinho, sem tentar perceber a atmosfera hormonal reinante? Se há mais solteiros do que acompanhados, mais homens do que mulheres, se existem alfas no pedaço ou qualquer outra letra do alfabeto grego, que a necessidade não é boa aluna, se há muitos ou poucos olhares ávidos e se estes se dirigem mais ao sexo masculino ou feminino… Ainda que inconscientemente – a bem da verdade, maioritariamente de forma consciente do que o contrário – todos fazem esta avaliação, mesmo aqueles que se encontram satisfeitos com as suas atuais escolhas e se dizem apaixonados e felizes. Nem que seja para avaliar a própria concorrência, predadores profissionais que possam investir, de forma mais ou menos óbvia, sobre o seu par. Há quem se limite a atirar o barro à parede, para ver se pega.

Tal como em qualquer outro ramo de atividade, bons negócios nascem desta técnica, dessa errática estatística, desse modus operandi. Nem sempre há um verdadeiro ou genuíno interesse, mas quem sabe se o galanteio certo, na hora exata não fará com que a totalidade ou grande parte das ações, ou apenas aquele montante que lhe servirá para essa noite não acaba na sua carteira de investimentos?

É óbvio que tudo isto é verdade e mesmo os passivos, aqueles que se limitam a ser inativos, mesmo estes conhecem, reconhecem e participam no jogo. Mesmo os conformados estão a par das regras. É condição inequívoca tanto para quem quer conquistar como para quem quer manter as suas conquistas. Helena sabia tudo isto. O que não suportava, o que considerava ser o pináculo da humilhação era admitir em público ou em privado que ‘pagava’ para entrar no jogo. Era como se subornasse o mercado a fim de a deixarem entrar e participar e até, quem sabe, conseguir uma parte do negócio e estabelecer-se por conta própria ou, finalmente, com uma tão ansiada sociedade amorosa. Sentia que inscrever-se num site ou aceder a encontrar-se com o irmão ‘muito giro e disponível’ de alguém era admitir o seu fracasso, a sua incapacidade de, perante as regras comuns, ter sucesso na conquista ou caça – depende apenas do ponto de vista – de um parceiro. Era deixar explícito que os seus engodos não resultavam em pescado. Ora, isso era deixar claro muitas mais coisas. Ainda que não verdadeiras ou não totalmente corretas, era permitir que pairasse no ar em seu redor uma série de pré-conceitos, de ideias standard: que não era suficientemente interessante; que teria algo de errado, caso contrário, com aquela idade (não importa qual), já teria arranjado marido; que deveria ser mandona; talvez não tivesse coragem de assumir a sua verdadeira preferência sexual; que teria alguma doença, física ou psicológica (era indiferente para o caso); que deveria ser arrogante e achar-se acima dos outros; que seria frígida… Qualquer que fosse o caso, ninguém aceitaria apenas a verdade, a sua verdade. Essa, a seu ver, era até bastante corriqueira e prosaica, achava Helena, simplesmente nunca conhecera um homem que fosse verdadeiramente interessante e por isto entenda-se todo um pacote – mediano em termos de exigência, já que o tempo vai limando exageros e amolecendo ambições – de beleza, inteligência e genuíno interesse por si. Se a isso se somar algumas falhas ao nível da inteligência emocional, falta de domínio de princípios básicos de competências sociais, e ainda uma profissão exigente em termos de horários, mas pela qual era sinceramente apaixonada, et voilá, solteira quase à beira dos 40. Enfim, 37, mas o tempo voa e com ele alguns sonhos.

Tudo junto e foi sem grandes alarmes ou inquietações que deu por si a ser assídua em encontros ‘virtuais’. Mesmo que algumas das saídas fossem rotundos fracassos e perdas de tempo, outras sempre lhe garantiam algum sexo com alguma qualidade, por assim dizer. Tornaram-se um vício. Tinha um perfil em vários desses portais. A fim de aumentar as suas possibilidades de sucesso, entenda-se: encontrar o parceiro dos seus sonhos, e eles eram muitos e variados, Helena criara, em cada um dos sites um perfil distinto. Entendeu que quanto mais alargasse o seu raio de ação, inclusivamente geográfico, maiores seriam as hipóteses de escolha. Assim, Helena passara a sonhar acordada, criando para si própria várias possibilidades de si mesma. Tantas quantas as que realmente desejara assumir, algumas delas apenas à distância de uma decisão que acabaria, na vida real, por não tomar. Direito, que quase elegeu como percurso académico, deu-lhe a deixa para o primeiro ‘guião’ da sua vida. Curiosa ou até estranhamente, nenhum advogado se sentiu atraído pelo seu perfil – ou apenas não haveria advogados e juízes nesse site? –, pelo que, perante os dois candidatos daí resultantes, esteve à vontade, sem receio de se descair com alguma incongruência que denunciasse a sua total ignorância no que à advocacia diz respeito. Percebeu que um perfil demasiado sério e conservador apenas atraía homens chatos. Mas chatos de verdade. Muito empertigados, cheios de formalismos e… apenas chatos. Tentou algo bem diferente da segunda vez: artista de circo. Imbatível, pensou. Seria trapezista e logo que encontrasse o par perfeito, lesionar-se-ia para sempre. Se bem que seria uma bota difícil de descalçar, mas arriscou em nome de homens ousados e curiosos. Pois ninguém tinha aparecido até ao momento. Parece, afinal, que as artes circenses não estão em alta. Talvez se deitasse fogo pela boca… Entre uma e outra bitola, lá se foi reinventando até uma versão mediana pouco comprometedora, por não dar de si uma imagem demasiado secante e conservadora, e também por não a lançar nos braços de uma estapafúrdia avant-garde ou vida demasiado alternativa, pois tornara-se claro para Helena Gregório Góis que os homens internáuticos não são diferentes de todos os outros. Gostam muito de aventura, desde que esta não se instale nas suas vidas de modo permanente. No que toca a aventura e despropósito gostam de ser eles os escalenos, os extravagantes, os ângulos obtusos. Independentemente do esforço que colocasse no seu perfil, no seu visual, nas suas capacidades oratórias ou no que quer que fosse, o resultado era sempre dececionante.

Nem sempre no que toca ao tipo físico dos ‘casadouros’, mas antes no desfecho que todos procuram, e isto não obstante os clichés que se podem ler nos seus perfis, onde são claros e repetitivos no propósito de encontrarem um relacionamento sério. Pois sim. Ela ainda não decidiu a sobremesa, por vezes nem o prato principal e já o marmanjo dá mostras de querer saber onde acabarão a noite: na casa dele, na dela ou num hotel? Foi quando passou a achar normalíssimo mentir e dizer sobre si o que lhe desse na real gana. No final da noite, sempre que não estava interessada em sexo, o indivíduo a estava a maçar de morte ou se sentia demasiado usada, acabava sempre por ser inspetora da PJ, infiltrada numa qualquer missão para desvendar mistérios insondáveis deixando claro – sempre que sentia necessidade de vingança –, e por isso desculpando-se, de se ter servido dele, mas assuntos de Estado assim o exigiam. Chegou a pregar um susto de morte a um que deveria ser casado, ou apenas um estúpido misógino – o idiota –, falando-lhe de uma rede clandestina de venda de órgãos humanos que operava em Portugal com base num portal de encontros. O tipo até desmaiou. Helena deixou-o caído. Era melhor para os dois que assim fosse, não estava para acompanhar um estúpido ao hospital e acabar por conhecer a mulher do fulano. Tudo tem limites.

Claro que esta vida de atriz a encantava. Não apenas saía da rotina como ainda calhava a divertir-se em grande. De tal forma que, a meio do percurso questionou-se sobre se não estaria a ficar viciada na mentira, nas suas inventadas vidas alternativas, na emoção do proibido, no entusiasmo da pura manipulação, ao invés de se focar naquilo que inicialmente a levara àquele estranho universo: conhecer homens e, com sorte, um marido à sua medida. Como qualquer romântica convicta profunda, sonhava ainda em ser conquistada, em sentir-se completamente arrebatada por um homem mistério que a amasse mais do que ao oxigénio. Um homem que encontraria numa livraria, onde interesses comuns e o irrequieto destino os levariam a encontrar-se por acaso. Seguir-se-iam algumas coincidências divertidas, como estarem estacionados lado a lado num vastíssimo parque de estacionamento. Uns sorrisos, uma troca de telefones… Finalmente, o amor.

 

Mas o amor tardava e não era raro os humanos substituírem-no por sexo. Não sendo a mesma coisa é um substituto de peso e, quando bom, demasiado agradável para que se lhe vire a cara. Porque teria Helena de ser exceção? Não era. Mas começava a ser-lhe demasiado penoso e trabalhoso passar por tanto, por vezes, por tão pouco. Eram os perfis, inventados ou não, as constantes mentiras – as quais, se no início a excitavam, agora já cansavam, por ter de estar demasiado atenta para não passar por mentirosa, o que seria?! –, os encontros, a roupa que vestiria, a conversa inicial sempre tão monótona e repetitiva, o cansaço que se instalava logo findos os primeiros cinco minutos, quando se tornava óbvio para si que não queria o que quer que fosse com aquele indivíduo ou, pior, quando percebia o olhar distraído deles, dando conta de que não voltariam a querer vê-la… Era muito, muito cansativo. Estava a ficar farta. Além de que sentia crescer dentro de si, de cada vez que mentia, um vazio que se agigantava, enquanto a voz do seu subconsciente a atormentava com histórias da carochinha, de que jamais encontraria o amor mentindo, que o amor verdadeiro tem intuição própria e jamais nasceria ou cresceria saudável se começasse num rol de falsidades, que ainda havia esperança ou, pior, de que mais valia sozinha do que mentirosa… Um tormento! Ia sendo cada vez mais difícil calar essa voz, mais ainda quando tudo se precipitava.

O pior dos momentos acabava de acontecer, há coisa de dois meses, para usar de rigor, e que dava consistência às razões da vozinha falante que amiúde a atormentava. Tinha acontecido num daqueles encontros de speed dating. Sim, resolvera experimentar, pelo menos aviava logo várias possibilidades de qualquer coisa num mesmo local quase em simultâneo. Em termos logísticos e de horários, a quantidade que este modelo permitia era muito compensador. Todavia, também é uma espécie de humilhação suprema. Cada participante tem cerca de cinco ou dez minutos para, frente a frente, ou antes frete a frete – que as palavras não se assemelham assim tanto por acaso –, com um estranho, dar provas de que vale a pena voltar a encontrarem-se. Se isso fosse mesmo verdade, nenhum dos participantes ali estaria, certo? Helena chamou a este sistema de encontros, Titanic e por maioria de razões. Os participantes devem mostrar a ponta do seu iceberg, de forma a que a parte que deixam submersa surja apelativa aos olhos do outro, mas cada um deve estar ciente de que qualquer um deles pode acabar por rasgar o casco do navio nas profundezas do que fica por dizer, por ver e desvendar.

  

Podem até estar na sala assassinos profissionais, meros predadores sexuais, homens que tirem prazer em humilhar mulheres, mulheres que adorem ridicularizar homens… Afinal, uma sala com humanos, seja qual for o tamanho da primeira e as intenções dos últimos, será sempre uma mostra da humanidade. Não é preciso dizer mais. Helena achou que ia morrer, quando percebeu que nenhum dos que lhe calharam em sorte ficou até ao fim do tempo regulamentar. Teria, de facto, o amor radares, sensores e sonares que detetavam falsidades? Não queria apurar isso, mas entendeu que o seu tempo de acreditar no amor ou na mera possibilidade deste vivia o seu último sopro de (quase) vida. Se tudo acabava em humilhação e, no melhor dos cenários, em sexo descartável, necessitaria mesmo de passar por tudo aquilo? Porque não lhe acontecia apaixonar-se por um vizinho, um colega de trabalho, um primo afastado que fosse, como acontece a toda a gente? O que se passava consigo? Teria critérios demasiado elevados? Achava sinceramente que não, já que apenas gordos, burros chapados e parcos em higiene verdadeiramente a repugnavam. A todos os outros era dada alguma benevolência, alguma folga para se revelarem, se insinuarem… Deixaria ela tudo às expensas dos outros? Revelar-se-ia como devia? Mentia tão bem, acertava todos os detalhes com tal rigor e profissionalismo que não entendia. Já tinha sido enfermeira, cientista, cabeleireira, agente funerária e imobiliária, mestre e doutorada…

A seu favor teria apenas uma derradeira oportunidade? Seria ela dizer a verdade? Nunca se atrevera a tanto, ao fim ao cabo estava a conhecer meros estranhos. Deveria ser sincera? Usar de honestidade e apenas de verdade? Era difícil que tal funcionasse, pois de verdades vivia no seu preenchido quotidiano e de nada lhe valia em relação ao sexo oposto. Quanto mais se desnudava, mais a usavam… por todas as razões que conhecia e mesmo algumas de que apenas desconfiasse, em horas de maior criatividade, o veredito estava tomado: não voltaria a encontros com estranhos. Decidiu antes rever um filme em que o amor não acabava num maçador happy ending, os seus preferidos. Fã de Woody Allen, agarrou-se ao computador em busca de uma versão pirata de ‘Match Point’. Helena jura que era verdadeiramente isso que procurava quando entrou, ao engano, num site que dava por esse preciso nome. Era, não queria acreditar, mais uma porta de acesso a um universo de encontros – o Google não dorme em serviço, como é sabido e o seu historial deveria ser demasiado óbvio para aquele motor de busca. Este Match Point garantia conseguir encontrar parceiros compatíveis, quisesse isso dizer o que quer que fosse. Parceiros compatíveis. Como poderiam garantir isso? E com que argumentos defender que pessoas com interesses e atividades similares são, de facto, ‘compatíveis’? Imaginava dois colecionadores juntos, ambos a quererem expor, em molduras e vitrines, as suas mais incríveis preciosidades. Ou dois assassinos, sem atinarem com a identidade da próxima vítima…

Ainda que lhe custasse voltar atrás com a promessa que acabava de fazer, de não voltar à humilhação de mais encontros com homens que, na maioria dos casos não queria voltar a ver e que depois de conhecer preferia nunca tal ter acontecido, uma réstia de romantismo colocou na mente de Helena a possibilidade de aquela ser uma manobra do destino. E se estivesse apenas a uma inscrição de encontrar o seu homem? Um amor ‘compatível’ como asseguravam? Ainda discorria sobre tudo isto e já tinha um perfil pronto a enviar. Sem se deter para pensar demasiado sobre tudo aquilo, carregou na tecla enter. Agora já está. Sentiu-se como os obesos e as suas dietas. Começavam sempre ‘amanhã, nunca hoje.

Decorrida uma semana, um qualquer algoritmo do universo entendeu ter o par perfeito para si. Lá foi combinado um encontro. Lá comprou mais um vestido. Lá se depilou e perfumou. Lá foi para o restaurante combinado. O tipo não era mau de todo, fisicamente, entenda-se. A conversa, ao contrário dos habituais constrangimentos, nervosismos e vergonhas ou bruscos descaramentos, decorria com naturalidade e humor e, o mais refrescante, não seguia o irritante guião das perguntas normais sobre o que fazia, se já tinha ou não sido casada… Era apenas uma conversa descomprometida entre duas pessoas que acabavam de se conhecer naquele instante, sem o peso acrescido de se terem conhecido daquela maneira específica. Helena recordou-se do seu feeling inicial, logo que deu de caras com o Match Point, de que poderia ser o destino ou algo do género a, finalmente, mexer os cordelinhos da sua felicidade. Pois seria uma marioneta nas suas mãos, não ofereceria despropositadas resistências ou reticências. Não daria a palavra ao seu cinismo. Deixar-se-ia ir com a maré. Veria onde ela a levaria. Cheio de carisma e uma empatia fora do vulgar, aquele homem revelava-se fascinante. Um contador de histórias nato, uma vida híper preenchida e a mesma urgência de encontrar alguém quando, na casa dos 40, percebeu que de todas as muitas pessoas que conhecia, nenhuma mulher o encantava de verdade. Claro que também ele se sentia diminuído com a necessidade de recorrer àqueles sites, de ter de confiar a outros a delicada tarefa de encontrar uma parceira, a dificuldade em assumir que isso podia representar um fracasso na sua vida… Mas ele tinha imensa piada. Contou embaraços, roupa mal escolhida e até a história inacreditável de ter encontrado a sua avó – ele jura que é verdade – numa das suas incursões pelo speed dating.

Helena estava a voltar a acreditar, a julgar ser verdade a velha máxima de que existe uma pessoa à espera de cada um de nós e que aquela que a aguardava podia estar naquele preciso momento à sua frente e, inacreditável, a diverti-la. Nisto, ele pede desculpa-se e lê uma mensagem no telemóvel, dizendo-lhe de seguida:

– Desculpa, mas vou ter de sair. Sabes, sou inspetor da judiciária e acabo de receber uma informação importantíssima…

Helena gelou. Não conseguiu falar. Também ela era inspetora da PJ – verdade? –, e sabia bem a importância de uma emergência. Quando chega a hora de ir embora, temos mesmo de ir embora.

Moral da história:

A mentira é deveras desgastante, mas a realidade não o é menos. Quanto ao amor verdadeiro, bom, se for verdadeiro, pode nascer até de uma mentira. Em relação ao Pinóquio, era demasiado fácil uma história para adultos em que, no lugar do nariz, outras partes da anatomia crescessem. Optámos antes pelo complexo de culpa ou coisa do género.

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