Há já vários dias… Correção. Há já várias noites que olhava aquele ponto escuro a flutuar no ar. No meio do nada. Uma bola feita daquele tipo de negrume que só existe no escuro e que contrastava com a luz do luar, ou, dependendo da perspetiva, da luz da rua que vinha dos candeeiros. Costumava sentar-se sempre naquele preciso banco de jardim, fronteiriço à casa onde vivia, muito provavelmente naquela mesma ponta do banco pelo que, agora que sabia o que procurar, e onde procurar, lá encontrava, todas as noites, sem exceção nem grande esforço, aquele ponto negro na face da escuridão. Sabia bem o que era. Sobre isso estaria mesmo disposto a arriscar o que quer que fosse, já que não poderia arriscar a vida. Apesar da possível poesia ou transcendência desta ou outra qualquer descrição do facto – aquele ponto escuro a flutuar no nada, como nave espacial ou ente extraterreno – a verdade era simples e prosaica. Aquele ponto escuro era apenas uma aranha no centro da sua vida, no meio da sua teia, praticando a sua maior virtude: a paciência. Invisível ao olho humano, a teia era a sua mais eficiente arma e armadura. Nela se balouçava, quando era o caso de haver vento, ou apenas se detinha, imóvel, a tentar adivinhar a aproximação de presas que necessitassem de um aliciamento extra ou, quem sabe, apenas a meditar, tal como ele próprio, enredado como ela num sem fim de fios e enleios, no seu caso, nem sempre protetores ou profícuos. Nisso, ela era, de longe, mais bem-sucedida. A sua rede era segurança, a dele, apenas labiríntico enleio, apenas nós e confusão. A aranha depende apenas de si própria. Pode perder uma presa, ou várias, passar fome durante alguns dias – disso duvidava ele seriamente –, ver a sua teia destruída – apenas por alguma besta como o Homem, já que vento e chuva não seriam nunca inimigos à altura do seu belíssimo, intrincado, resistente e inteligente macramé – que no segundo seguinte ela determinaria, sem rancores ou lamentos, sempre tão inférteis, recomeçar tudo de novo. Com igual fervor, com equivalente fé e resiliência. De agulhas de croché em punho, ela lá rendilharia o seu mundo e, num ápice, voltaria a instalar-se, como ali, naquele pedaço de noite, entre os ramos de duas árvores, alargando ao máximo a sua área de ação, o seu território de caça.
Não sabe muito bem porquê, muito menos explicar a razão daquele ímpeto tão a despropósito, mas o homem, que observa e secretamente inveja a autonomia do inseto, mais disposto a ridicularizar-se a si próprio do que a assassinar o bicho, levanta-se sem hesitações de dúvida, agarra no livro que traz sempre debaixo do braço – como se houvesse por cima do braço, enfim… – e sacode-o às cegas no ar. Foi surpreendido pelo som seco do baque, resultante da batida certeira da capa do livro contra o corpo do animal. Um som bem audível que o levou a questionar-se sobre duas possibilidades. Primeira, a aranha era bem maior e mais robusta do que imaginara, não obstante ser um corpo flutuante bem visível para o seu olho treinado a ver aranhas no escuro, à força destas incursões pelos parques da cidade. Ainda assim, surpreendeu-o que a sua morte acabasse por ser audível, sonora, arrepiante. Segunda hipótese, não tinha acertado na aranha e o som teria sido apenas o do volume do livro a roçar um qualquer ramo em que não tinha reparado. Esta segunda possibilidade não o convencia, pois entendia que o som teria forçosamente de ser outro, mais sussurrante, mais esfarripado e nunca aquela batida seca, resultante do embate de dois corpos sólidos em colisão. O barulho que ainda lhe ecoava na cabeça era uma nano-versão do estampido de um carro, por exemplo, de encontro ao corpo de um peão. Nunca o tinha presenciado ao vivo, mas anos e anos de televisão e policiais levavam-no a criar este tipo de registo sonoro para situações de atropelamento. O arrependimento, ou algo parecido, foi concomitante. Não queria verdadeiramente – nisso queria muito acreditar – matar o animal. Mas se não o tivesse mesmo querido, porque tinha, então, embandeirado e bramido com tamanha pontaria o livro no ar? Talvez o animal tivesse escapado. Valeria a pena procurar a aranha no escuro no meio de um jardim cheio de informação? Claro que não. Seria preciso estar louco. Podia, isso sim, verificar a capa e contracapa do livro em busca de qualquer tipo de viscosidade castanha – sim, a morte de uma aranha é quase sempre castanha – e, dessa forma, limpar dúvidas e seguir em frente. Procurou a luz de um candeeiro e procurou, com um olho tão clínico quanto a sua miopia lho permitia, vestígios de matéria líquida. Nada descobriu. Nada viu. A capa estava incólume, lisa, limpa. Sentiu um certo alívio. Olhou vaga e indeterminadamente em seu redor. A fauna do costume. Cães que passeavam os donos, alguns morcegos quase impercetíveis, um último beijo de dois namorados e o regresso a casa de uma bicicleta de adolescente. Cansado de manter o livro preso nos dedos, colocou-o nas costas, entre o cós dos jeans e a camisa branca. Ali não o incomodaria e seria fácil dar pela sua falta, caso caísse.
Matutava obsessivamente no presumível assassínio da aranha, no fim de contas, inadvertida e abstrata companheira da sua solidão e fiel vizinha daquele pedaço de urbe que ambos, por razões distintas queria crer, haviam eleito para as suas deambulações filosóficas e outras. Se de verdade tinha acertado no sólido corpo da aranha, de onde resultara o baque seco e inequívoco da sua morte, mesmo tendo praticamente esmurrado o ar quase ao calhas, seria igualmente possível que os seus pés repetissem com rigores geométricos as suas passadas de uma qualquer noite anterior em que percorreu aquele mesmo caminho, quiçá, àquela mesma hora? Seria isso matematicamente possível, ainda que parecesse improvável? Eventualmente, poderia ter repisado algumas passadas, isso parecia-lhe credível, mas todas? De casa ao banco de jardim e deste para casa? Qual a probabilidade de tal feito? Não acreditava que Deus ou o Diabo assim o conseguissem determinar, até por razões de tédio, já que entendia que ambas essas míticas identidades, a existirem, seriam demasiado complexas e ocupadas para desperdiçarem tempo num tão ridículo puzzle de passadas, mas sabia bem quão maquiavélica era a melancolia. Essa sim, poderia desafiar os rigores matemáticos, geométricos e espaciais e entreter-se, sem pressas, a brincar com as suas cansativas rotinas, colocando os seus pés todos os dias no mesmo sítio que haviam pisado na viagem anterior. Deixá-la. Pior para ela. Mas seria mesmo pior para ela ou péssimo para ele? Com quantas pessoas seria possível passar a papel químico uma rotina por mais repetitiva que fosse? A ser possível, a ser verdade, o pior era mesmo para ele. Seria, então, o mais previsível e insignificante dos homens. Faltavam-lhe, agora, poucas passadas até transpor o portal do prédio onde vivia. Depois, no cimo dos 36 degraus que tinha ainda de galgar, voltaria a sentir mais forte aquele aperto no peito, que há vários dias o sufocava num crescendo que parecia não ter fim, e logo que transpusesse a porta do apartamento sentiria algo muito semelhante, afinal, ao que a aranha – caso tivesse realmente sido atingida – tinha acabado de experimentar. Um atropelamento de todos os sentidos que acabava por ecoar-lhe na carne, nos ossos, nos tendões tensos, nas unhas que se cravavam na sua pele, embrulhadas que estavam nos seus punhos cerrados. Ouvia os seus próprios dentes rangerem. Tudo nele se retesava, numa espécie de ensaio geral de um sorriso para lá de forçado que tinha – na verdade não tinha, não era um imperativo –, que se preparava para fingir.
Olhar a mulher nos olhos e sorrir-lhe era a sua grande atuação do dia, neste caso, da noite. Também ela parecia fingir encantos que já lá não estavam. Balançava-se como se dançasse mas sem a graciosidade necessária ou antes, como se dançasse ao compasso de uma música diferente da que estava a tocar nas suas cabeças. O tema já não era o mesmo para ambos. Cada um tinha já uma música diferente. A ele pesava-lhe a culpa. A culpa de sentir que começava a desamá-la a um ritmo assustador e que isso a mataria. Os vizinhos olhavam-na com princípios de ternura e de pena. Ela já estava a denunciar os primeiros sinais de falta de amor. Tossia imenso, uma tosse convulsa e irritante. Nos olhos aquele brilho que, ainda que podendo rivalizar com o brilho da paixão, não deixa incertezas sobre a sua natureza febril. O mundo não era perfeito, mas tudo se tornara demasiado pesado nas relações humanas desde que o último Concílio da Humanidade havia decretado o Amor como Premissa de Vida. Colocando-se no lugar de deuses, os Homens tentavam, desta forma, equilibrar os excessos, nivelar as injustiças, ou apenas jogar uma última cartada na sobrevivência do Homem enquanto espécie e do planeta enquanto habitável. Se apenas os não amados morressem, a dor seria, em teoria, suprimida e a seleção natural da espécie asseguraria, de uma só vez, a eliminação dos pouco empáticos, dos psicopatas, dos seres tóxicos e agressivos, dos malfeitores, dos mais velhos antes dos mais novos. Tanta ingenuidade. O que impede alguém de amar um crápula? Ou um idiota? Será uma mãe capaz de não amar um filho que mata outro ser humano? Serão todos os assassinos odiados por todos? Isto sem falar no faz de conta. Não seriam alguns indivíduos capazes de simular sentimentos semelhantes ao amor, capazes de ludibriar o mais apurado dos sentidos? O mais sensível dos homens? E que justiça havia em que morressem os viúvos solitários após uma vida de amor verdadeiro e intenso, enquanto se mantinham vivos idiotas bem-amados? O que dizer, ainda, sobre as mentes brilhantes, isoladas em laboratórios, com pouco tempo ou disponibilidade para as sempre tão absorventes relações amorosas? Ou os menos dotados física e mentalmente que apenas com a ajuda da caprichosa e escorregadia sorte encontrariam um amor sobrevivente? O peso da importância de manter vivo e saudável um amor correspondido acabava igualmente por condenar a liberdade individual.
Ninguém estava preparado para que a vida de outrem dependesse da carga de afeto que nele se investisse. Como manter um amor nivelado? Com a bolha sempre na horizontal. Estabilizada. O amor passou, em alguns casos, a ser uma verdadeira profissão. Ninguém queria morrer. Ninguém queria matar. Claro que, no final, demasiados anos de vida, alguns desapontamentos e ainda as novas doenças para as quais não havia cura, acabavam aquilo que o desamor não tinha conseguido. As dúvidas eram muitas, tantas quantas as perguntas sem respostas cabais, mas esta era a realidade com que tinha de lidar e sabia que aquela lâmina que começara há já algum tempo a cortar, todos os dias, de forma sistemática um naco do espaço que a sua mulher ocupava no seu afeto só ficaria descansada quando a visse num féretro a caminho da morada final. Sabia que estava a matar a mulher. Não se tinha apaixonado por outra pessoa. Não estava desiludido com a vida a dois. Gostava do ritmo de vida que ambos tinham conseguido e continuava até a achá-la uma mulher extraordinária. Considerava mesmo que se apenas se conhecessem agora, neste instante, ela poderia, de novo, fazer com que o seu tempo abrandasse no compasso inverso ao que o seu coração trotearia. Acontece que não era a primeira vez que a via e o seu coração já não se iludia com estímulos gastos. Estava preocupantemente a desamá-la, cada dia um pouco mais. A esta velocidade, ela teria, quanto muito, seis meses de vida. Conhecia casos semelhantes, sem o envolvimento de terceiros, com desfechos que invariavelmente não esgotavam os dez meses. Pelas suas contas, tinha começado a desamá-la há cerca de dois meses. Primeiro, não percebeu bem o que se passava. Achava-se mais irritante e impaciente mas logo percebeu o que se passava. Foi ela quem indiretamente lho disse quando, uma manhã, ao acordar o informou que não se sentia bem para ir trabalhar, pois tinha passado a noite acordada com uma brutal dor de cabeça. Ele estremeceu. Ela não era tola, mas ele acredita, ou faz-lhe bem acreditar, que ela, nesse primeiro dia, não entendera ainda a extensão da ‘doença’. Se ao menos a aranha ainda estivesse viva. Estava, seguramente. Como é que o simples e pouco sólido corpo de uma aranha poderia ter originado um estampido tão audível? Por certo, o livro batera num qualquer galho que escapava ao seu campo de visão. Era isso. A ideia solidificava-se e nela se apoiava para não parecer tão ‘coxo’ quando, finalmente, entrasse em casa. Era agora. Rodou a chave. Entrou. Sorriu. Virou-lhe as costas logo que pôde, para não tornar mais penoso e ridículo aquele sorrido plástico, o mais barato que encontrou. Ouviu a voz dela. Não entendeu bem o que dizia. Tossia pelo meio. Ele cerrou os olhos para não se irritar com a tosse dela que era, afinal, a sua tosse. Voltou-se. Perguntou-lhe o que tinha dito. Ela tornou a repetir:
– Tens a camisa suja nas costas. Uma espécie de risco castanho. Põe-na no cesto da roupa branca. Amanhã levo tudo para a lavandaria.
Tinha matado a aranha. Aquele rasto castanho era o resto de uma vida. Era tudo o que sobrava de uma vida expedita. Uma vida que sabia fazer teias. Mataria dentro em breve a mulher. A mulher não sabia fazer teias. Antes soubesse, mas era a sua mulher. Tinha-a amado muito. Tanto! Não se conformava com a ideia. Tinha de falar com ela. Tentar a todo o custo salvá-la. Encontrar alguém que verdadeiramente a amasse. Alguém que o pudesse substituir logo que ele eliminasse do seu corpo a última réstia de amor por ela. Tinha um plano e era precisamente esse. Encontrar um amante. Não podia ser a soldo. Casos desses surgiam amiúde na imprensa e apenas remediavam. Esgotando-se em muito pouco tempo, não passavam de pensos rápidos em corações moribundos. Tinha de ser alguém que gostasse incondicionalmente dela. Podiam fazer um filho, mas uma criança que nascesse fruto de uma relação em deterioração também não era um plano a longo prazo. Essas crianças tendiam a isolar-se e o seu amor, ainda insípido, não curava casos em fase terminal. Ela voltaria a ficar só e desamada. Eram ambos órfãos, filhos de desamores crónicos, pelo que ela apenas dependia do amor dele e esse esgotava-se como a areia numa ampulheta. Ele tinha irmãos, três seguros de vida com os quais podia contar, muito embora o amor fraterno não fosse o mais saudável. A necessidade de encontrar o amor verdadeiro fora da família, tinha resultado em mais esta consequência funesta: levou a um desinvestimento nas relações colaterais, secundárias, amigáveis. O mundo continuava imperfeito, era mais do que óbvio. Ela era um caso mais solitário. Não esperaria sequer para tirar a camisa branca e colocá-la no cesto da roupa branca que embarcaria no dia seguinte para a lavandaria. Falaria com ela agora. Naquele preciso instante. Pediu-lhe que se sentasse. No sofá não. Ficariam de lado e ele precisava do brilho febril que bailava nos olhos dela para garantir forças que não sentia, para lhe dizer tudo o que pretendia. Inclusive, falar-lhe do seu plano. Aterrorizado com a facilidade com que as palavras, mais do que isso, as palavras certas, encontravam o caminho, sentiu-se ainda mais esmagado com a clarividência e limpidez do pensamento dela. Claro que ela sabia porque tossia. Uma tosse que durante algum tempo conseguiu controlar, mas que agora a tomava de assalto sem tréguas. Sabia perfeitamente porque é que ele chegava a casa cada vez mais tarde e sabia também que, para sobreviver, precisava de encontrar um homem que a amasse. Também ela tinha descartado a hipótese de ser mãe para viver. Que pessoa seria aquela cujo primeiro legado que entregaria a uma criança era o da sua egoística salvação pessoal? Ela não seria nunca esse indivíduo, essa coisa.
Antes do amanhecer já tinham passado em revista amigos, conhecidos e desconhecidos, solteiros, viúvos ou divorciados. Escrutinaram com olhares frios e calculistas tipos que não passavam de nomes em listas infindáveis em tudo quanto era rede social ou cadeia de relações profissionais. As semanas seguintes uniu-os num frenesim de jogadas e dissimulações que a levassem ao encontro dos indivíduos mais promissores. Juntos de novo, limavam arestas num plano que tinha tanto de deprimente quanto de divertido. Era o jogo do amor, era o jogo da vida, era o jogo da morte. Voltaram as tardes nas compras. Pela primeira vez, ela rendia-se a saltos altos, a novos penteados e diferentes tons de cabelo. Começaram depois os primeiros encontros até que a seleção se afunilou e ela passou a sair com o mesmo tipo dias a fio. Ela andava encantadora. Vibrante. Quase nem se dava pela tosse. Mantinha-se aquele brilho assustador nos olhos. Todavia, as cores baças da íris ganhavam tonalidades desconhecidas e o brilho ganhou traços distintos, bem diferentes daqueles que a febre impunha. Dir-se-ia que estava a apaixonar-se. Ela confirmou. Gostava do homem com quem já passava algumas noites. Estava salva. Riam ambos desenfreadamente. Também ele estava salvo. Livre do peso de uma morte anunciada. Absolvido do assassínio que por pouco não cometera. A mulher que agora olhava era nova em folha. Diferente. Uma lutadora nata. Uma mulher que optara pela vida, pelo amor, sabendo que ele tem muitas formas e outros tantos corpos possíveis. Teria morrido, por ventura, se não tivessem tido a coragem deste entendimento tácito, desta jogada conjunta que a ambos libertava e salvava. Mas logo que percebeu o desprendimento dele, não verteu uma lágrima ou um suspiro de autocomiseração. Tinha colocado um parágrafo no texto impreciso que ambos vinham escrevendo e deu início, não a uma nova prosa, mas a uma ode poética em que celebrava de antemão a sua vida. O seu desejo. A sua vontade. Ele voltou a ter vontade de a beijar, de a agarrar pela cintura, de não a deixar partir. Era o que faria. Estavam abraçados. Ela tinha novidades e atirou-se-lhe ao pescoço para lhe segredar uma confissão. Ele não entendeu bem o que ela disse. De tão sussurrado e envergonhado, o segredo dela não chegou em condições ao destino. Ele aproveitou o enleio. Afastou-a gentilmente. Os rostos tão próximos que exalavam a respiração do outro. Ia beijá-la. Aproximou os seus lábios dos dela, mas teve de recuar. Uma tosse convulsa tomou-o de assalto e os seus olhos brilhantes pareceram ver uma mão invisível bramindo um livro no escuro.
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