Ah, pois, não vamos facilitar no que ao principal ingrediente diz respeito, certo? Lá por ser pescada, relativamente mal colocada na aristocracia piscícola, não quer dizer que não almejemos o melhor. Seja seletivo e não se fique por nada abaixo de pescada pescada à linha ou com águia e não se intimide com redundâncias e tautologias. Logo que consiga uma pescada nestas condições de mortandade, coza-a a preceito como só você sabe fazer, não vamos, agora, ensinar-lhe isso, o que até podia ser mal recebido. Depois de cozida à sua moda, retire-lhe a pele e as espinhas e desfie a sua carne, a do peixe, bem visto. Faça com ela um breve refugado em cebola e outras coisas que veja que ficam bem, ou apenas que vêm a calhar perante o que tem na despensa. Salsa é recomendada, mas nada é absolutamente incontornável, mas sal e pimenta ajudam a dar sabor. Assuma o papel de chef e pense pela sua cabeça. Decida coisas, não espere sempre que lhe digam o que fazer, menos ainda na cozinha, reino dos grandes. Faça uma massa e distenda-a sobre uma bancada lisa e polvilhada com farinha e pão ralado. Use a boca de um copo, ou outra forma circular para a cortar em rodelas. Não se apoquente com rebordos decorativos e arquinhos. Um copo largo basta. Em cada círculo coloque um bocado da pescada e seus acompanhantes. Dobre os círculos a meio e frite-os, bem mergulhados num recipiente fundo cheio de óleo vegetal ou azeite. Há notícias que dão conta de quem os faça no forno ou micro-ondas, mas não há testemunhos na primeira pessoa, pelo que pode não passar de um mito urbano. Agora, ide, tratar da cana de pesca ou largar a sua águia piscatória.

Ingredientes:

– Pescada, pescada à linha (nunca é de mais lembrar o que é importante)

– Salsa

– Sal

– Pimenta

– Massa

– Farinha

– Pão ralado

– Copo de boca larga, compasso ou qualquer outro utensílio que lhe permita cortar a massa em círculos

– Bancada

– Um ótimo pescador, que não minta quando à forma como pescou a pescada (boa sorte neste capítulo). Se for jeitoso com linha, pesque-a você mesmo. É mais seguro, ainda que possa nunca o conseguir.

– Uma águia treinada para o efeito, que depois de pescar a pescada não se alimente dela e que permita que lha retire das garras. Deve haver tutoriais na net que ensinem isso e mais um par de bota para a pesca em rio.

Tempo de preparação:

Uma eternidade. Principalmente se tiver de treinar a águia desde os primórdios da primeira classe. É daquelas receitas morosas e chatas, além de que suja imensos utensílios e a cozinha fica virada do avesso. Não recomendamos. Não gosta de pizza? Levam-na a casa e tudo!

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