Há quem se fique por Cesários, molhos peste e cleptomaníacas (ou cleptómanas, caso prefira), mas aqui, é sabido, primamos pela exclusividade e pela sofisticação. O melhor, sempre. Este é o nosso lema e dele não prescindimos. Assim, procure um César – o Júlio já morreu, aqui há atrasado, pelo que tem mesmo de encontrar outro – e deixe que seja ele a fazer a salada, para que obtenha o produto genuíno. Caso não consiga, ou não simpatize muito com o César que encontre, eleve a receita ao plano teórico, ou mesmo metafísico, e dedique a salada que fizer a um hipotético César, ou ao já mencionado defunto, o original, de resto. Não sendo a salada tradicional, será uma boa aproximação. Dedique-se, depois ao molho. O molho pesto Olá Cleópatra, um óbvio piscar de olhos ao Médio Oriente, tem os seus segredos e, por questões de ética, é compreensível que aqui não os revelemos. Desvendamos apenas que está relacionado com o Egito, mas dizer algo mais seria já indiscrição. Fica claro, em ambos ao casos, que tanto a salada como o molho são bem educados e cumprimentam as pessoas quando as encontram, o que já é substancialmente mais do que aquilo que se verifica com grande parte dos humanos. Concluído o molho, com as porções exatas dos ingredientes certos, verta-o, a preceito, sobre a salada previamente feita. Não confunda com salada pré-feita, de pacote hermeticamente fechado, comprada num qualquer supermercado. Seria fatal. Também não embarque em molho pesto engarrafado ou mesmo enfrascado, pois não poderia jamais apresentar-se como autor emprestado desta receita. Sim, porque o autor, como fica literalmente esclarecido, logo no título, foi o próprio César. Salvé! (também não confunda com marca de maionese, por favor!)
Ingredientes:
– Um bom César, expert em saladas
– Pesto
– Estar na posse dos segredos necessários à confeção desta receita, em particular dos do pesto
Tempo de preparação:
Exatamente aquele que demorar a obter todos os ingredientes, a encontrar o César certo e a descobrir como se faz o molho pesto daquela outra, a egípcia, cujo nome agora nos falha (é que não nos ocorre, mesmo!). Nem mais, nem menos.
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