Se é alentejano ou fã dos manjares do Alentejo, seja ele alto ou baixo – que a estatura, se não mede de verdade um homem, também nada diz sobre gastronomia ou a qualidade de um prato –, siga já para outra receita do nosso profícuo e guloso menu, uma vez que deve estar fartinho de açorda. Se não for o caso, nem um nem outro – mantenha-se atento ao texto –, prepare-se, então, para uma das mais estrondosas e rocambolescas misturas de sabores do universo gustativo. A pura simplicidade ao serviço da sofisticação. Uma açorda é poesia comestível. Um improvável somatório de frugalidades de sabor intenso. Alho e coentros ou poejos (mas não ambos) esmagados em simultâneo num almofariz com azeite – não perca tempo a averiguar a virgindade do azeite, que os alentejanos são um povo progressista e o azeite, não raras vezes é tentado pelo swing. Pão rijo. Água fervente. Bacalhau e ovo escalfado. Um homem pode viver apenas disto: de engenho gastronómico, queremos dizer, da capacidade do pouco fazer tanto, do nada fazer tudo! Acompanhe com azeitonas, uvas ou figos. É mesmo uma coisa do outro mundo, mas que se pode comer neste. Genial!
Ingredientes:
– Água fervente
– Alhos
– Azeite
– Coentros ou poejos
– Bacalhau
– Ovos
– Alentejo no peito
Tempo de preparação:
Isto faz-se num Ai! Haja saúde e ingredientes, não se apoquente agora com o tempo. Isso é muito pouco alentejano. Aconselhamos que entre no espírito. Caso contrário, ainda se pode engasgar com uma espinha.
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