Decididamente, uma das nossas preferidas. Tal como o caldo-verde e a canja de galinha, a sopa de tomate nem sequer é uma sopa, é quase uma sobremesa. O segredo da receita, como de tudo o resto na vida, está na frescura dos ingredientes e no amor e paixão que se colocam na sua feitura. Assim, esqueça as caldas de tomate e os tomates enlatados. Vá direto à banca dos legumes, prefira os bio que parece que são os mais lógicos e leve cerca de um quilo. Esborrache tudo à mão, depois de lavado e retiradas as partes não vermelhas. Se tiver pavor a grumos, passe tudo muito bem com a varinha que dizem mágica, já que passe-vite é tão old school que ainda deriva do francês, e deixe os legumes em estado líquido. Só aqui, já teve uma lição de línguas e outra de física, já que estamos a passar coisas do estado sólido ao líquido, ou seja, falamos de fusão. O que aqui se aprende, é es-pan-to-so! Concluída esta experiência científica – a fusão dos elementos – tempere com sal e pimenta, ou mesmo com pedacinhos de pimentão verde, vermelho e/ou amarelo. Encarece um pouco a receita, mas há quem adore. Mexa bem a papa resultante e adicione um pouco de água. Deixe ferver, altura em que se dá a evaporação do excesso de água, e está concluída a sua sopa de tomate.

Podíamos adiantar a versão alentejana desta sopa, mas já estamos sem tempo, além de que ficará para uma muito próxima oportunidade. Decore com um pé de salsa, sem o pé (como dizê-lo de outra forma?), ou de hortelã. Pode também, já depois de servida, polvilhá-la com a gema de ovo cozido.

Ingredientes:

– Todos os mencionados em cima e mais algum de que se recorde e que nos tenha escapado. Isto de dar aulas de francês e de física em simultâneo é muito complexo.

Tempo de preparação:

É muito rápido, caso disponha de ambas as mãos livres para amassar o tomate, tenha o próprio do fruto em casa (não sabia? Pois é, o tomate não é um legume, é um fruto e esta já é matéria de Botânica), e não tenha de ir à rua comprar qualquer um dos restantes ingredientes. Arriscamos dizer que uma hora é quanto basta.

Ilustração Andrea Ebert

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