Dizem que o que torto nasce, ‘tarte’ ou nunca se endireita. Há falta de desmentido, e porque a própria experiência assim no-lo prova, parece que a frase é para levar a sério e o caso não muda de figura lá porque se disfarça de doce e de Gilda. Gilda, como é amplamente do conhecimento geral, é a sexy protagonista que tornou ainda mais apetecível a ruiva Rita Hayworth. Assim, tudo junto, aquilo que lhe propomos e levamos à mesa, é uma complexa sugestão de sobremesa. Vai sair-lhe torta, já se percebe, mas tudo é compensado pela amêndoa, que não se pretende amarga, e uma parte de doce e atrevida Gilda. Rita Hayworth já morreu, pelo que aquilo que lhe propomos é um sucedâneo, mas de qualidade. Comecemos, então. Faça uma massa de bolo direita. Estenda-a, em cima de um pano de cozinha LAVADO, sobre uma superfície bem plana. Barre-a com frames da película, a gosto, sendo que recomendamos a cena em que a senhora dona Gilda faz o streap tease mais célebre da história do cinema, no qual apenas tira uma luva – isto porque a miúda, no fundo, era séria e estava mesmo apaixonada (sim, um pouco aborrecido, por sorte não era pelo marido, sempre tem mais frisson) –, e polvilhe-a com amêndoa, que não se quer amarga, e torne-a torta, isto é, enrole-a. Há quem não dispense uma boa película sem pipocas, mas nós sugerimos que se sirva pura. Sem modernices de sala de cinema de centro comercial.
Ingredientes:
– Massa de bolo direita que depois se entorta
– Frames do filme mencionado
– Pano de cozinha LAVADO (nunca é demais sublinhar a higiene na cozinha)
– Superfície plana
– Amêndoa que não se pretende amarga
– Doce
– Alguma gildalice
Tempo de preparação:
Ora, 4 +5 x 78 – 3 sobre Gilda e doce de amêndoa nem por isso amarga, a dividir ainda por outros tantos, noves fora… Tudo arredondado, mais a retenção na fonte… é só fazer a conta, mas reserve uma tarde, ou 20.
Deixe um comentário