O título quase, quase – mas mesmo quase – nos desmotivou ao ponto de não avançarmos para a confeção do prato. Já é complexo fazer uma tarte. De creme, é um inferno, devido às várias texturas e pontos de maturação e assim. A baunilha, caso não saibam, é apenas uma das especiarias aromatizantes mais caras do planeta. Sim, do planeta em que vivemos, a Terra, já agora. É extraída de uma delicada e rara orquídea originária do México e extraí-la é um processo tão complexo que nem vamos por aí. Está ao nível do açafrão, trufas brancas, caviar, café de caju, sal rosa do Himalaia e outras coisas deste calibre. Um luxo. Se também já se desmotivou, avance uma casa, ou vinte, e procure outra das nossas deliciosas não-receitas. Esclarecido tudo isto, o que é que se segue? Uma incógnita: vagens. Vagens? Assim? Sem mais? Vagens de quê? De baunilha, ainda? De alfarroba? De ervilha? De feijão? Pois é. Passámos por todas estas agruras, sem ter a quem recorrer. Uma tragédia que já não se vos colocará. Seus sortudos! Claro que também não vamos decidir por cada um de vocês. Assim, faça a base da tarte, percebendo desde já que é uma tarte de sobremesa e não salgada. Faça o receio de baunilha, o dito creme, caso consiga pagar a conta da baunilha na mercearia gourmet, e acrescente, ou apenas enfeite de vagens. Neste ponto, escolha a vagem que mais lhe agrada, sendo que, em termos cromáticos, aconselhamos as vagens de baunilha ou as de alfarroba, pois o tom da baunilha e o creme vão bem com o castanho. Se não é sensível ao ton sur ton, avance para qualquer outra vagem do seu agrado.

Ingredientes:

– Vagens variadas ou apenas as de sua eleição

– Baunilha e dinheiro para a mesma

– Tarte (se encontrar uma base de tarte já pronta a enfeitar, melhor, pois esta receita é complexa, como já percebeu)

– Dotes certificados em design de cakes

Tempo de preparação:

Vai depender de tanta, tanta coisa: se é destro ou maneta, se é daltónico ou jogador de basquete, se o seu prédio tem elevador…

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