É verdade. Não se prendam a geografias, nem a adjetivos gentílicos. O Dubai é um estado de espírito, logo, pode baixar sobre nós em qualquer geografia. Foi o que sucedeu para os lados da Baixa da Banheira, não muito longe da outrora cidade industrial do Barreiro – CUF, Quimigal, UFAs e assim, para quem se questiona neste momento sobre o adjetivo industrial, nascido do engenho e visão de Alfredo da Silva.

Enquanto pelo mundo fora se engrossavam filas e até bichas nos supermercados e todo e qualquer lugar onde cheirasse ao cremoso recheio de pistácio, pistacho ou pistache do chocolate que viralizou escorrendo pela boca de uma qualquer lambona internáutica, o milagre acontecia bem debaixo do nosso nariz.

Uma tonelada do dito cujo dava à costa na praia da Barra Cheia, sendo que metade da mesma terá sido transportada em pequenas bolotas no estômago de traficantes subjugados ao pecado da gula.

Uma vez aí, não nos estômagos dos prevaricadores, mas na Baixa da Banheira, expeditos chocolateiros daquele reino de bom-gosto trataram de decifrar os segredos culinários do chocolate das redes sociais – sacrificando algumas barras do precioso produto pelo caminho, mas o fim era meritório –, e o resultado foi um retumbante sucesso. De tal forma que somos agora os maiores exportadores do celebrado e muito babado ‘chocodelito’, incluindo para o próprio Dubai. O que nos traz à memória aquele saudoso tema do cantor grego Demis Roussos: “Dubai, Dubai my love”.

Substituem-se agora, no Algarve, as amendoeiras por pistacheiros e a vida escorre bem e tão espessa quanto o chocolate, ao seu jeito doce e intenso.

Quanto à receita, bom, é uma simples sanduiche de chocolate com uma pasta de pistacho pelo meio, e todos sabemos como se faz uma sanduíche, certo?

Posto isto, aguardemos pelo próximo despropósito nascido da idiotice viral.

 

Ingredientes:

– Chocolate

– Uma bela pasta cremosa de pistacho

 

Tempo de preparação:

Tendo as barras de chocolate prontas e o recheio preparado, pode demorar menos de um minuto. Tendo de contrabandear, dar à costa, recolher o chocolate, investigá-lo, dissecá-lo, recriá-lo por via de tentativa e erro, fazer o chocolate e o recheio, cada um deles à parte e, no final, montar a tal sandes pasteleira… Dá para perceber que é moroso e doloroso, principalmente para quem arrisca transportá-lo em bolotas no estômago e outras reentrâncias. Grrhhh

   

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