Esta é uma sobremesa de, literalmente, bradar aos céus. Aos céus encantadores, ainda para mais, que para menos não é connosco. De tal forma que é feita em camadas, para que melhor chegue lá acima. É quase pecado, falar assim, mas é como se os deuses a sugassem lá de cima, num ímpeto de gula. De tão simples, quase não há o que dizer sobre ela. São natas, vêm e vão para o céu e são montadas em camadas. A coisa autoexplica-se. Claro que é preciso batê-las, e que sejam mesmo divinais e tudo isso e que consiga, tal como no Lego, ir montando-as por camadas, o que, com substâncias semilíquidas e escorregadias é uma carga de trabalhos. Uma tarefa quase tão homérica quanto os trabalhos de Hércules, mas sem necessidade de tanto músculo. Mais do que força física, precisará de força de vontade e de um prato de diâmetro generoso, ou, se preferir, uma grande taça, ou alguidar, ou pia batismal. Por último, o céu terá de estar limpo e estrelado, mas não estralado. Uma coisa épica ao estilo Caminho de Santiago, porque, aqui, é céu é mesmo o limite.
Ingredientes:
– Natas
– Um céu estrelado (por favor, não confunda com estralado)
– Força de vontade
– Equilíbrio para sobrepor as camadas
– Prato, tigela, alguidar ou pia batismal
– Batedeira
Tempo de preparação:
Só depende de quantas camadas conseguir equilibrar em direção ao céu e se este é muito ou pouco distante do ponto em que se encontra, e se está suficientemente estrelado, pelo que a latitude tem de ser tida em conta.
Deixe um comentário